Tuesday, December 20, 2011

Ithaka featured in artist profile on Brazilian Surf Channel

http://braziliansurfchannel.com/site/2011/11/ithaka-filosofia-surf-em-sua-totalidade/







ITHAKA – FILOSOFIA SURF EM SUA TOTALIDADE

  
Almas Gêmeas / Stellafly / Lure – Pranchas Reencarnadas

Músico, artista plástico, fotógrafo, escritor e surfista, Íthaka é um dos artistas mais completos da atualidade. De ascendência grega e nascido no sul do estado da Califórnia, também já morou em lugares como Japão, Portugal, Grécia e Brasil.

As pessoas se referem à ele como um multiartista, porém ele se auto define como comunicador audio-visual.

Alguns de seus sucessos já foram incluídos em filmes de surf e produções de Hollywood. Seu trabalho esteve presente em “Second Thoughts” – de Timmy Turner e Samba Trance & Rock n’Roll, do videomaker brasileiro Rafael Mellin, foi premiado e além disso, a música de Íthaka, Escape from the City of Angels, fez parte da soundtrack do filme Hollywoodiano Replacement Killers (Assassinos Subsitutos).

Suas esculturas “Pranchas Reencarnadas” são um diferencial na Surf Art, fazendo com que ele seja um destaque no que diz respeito à arte dentro da cultura surf, por ser um artista polivalente, atraindo assim um número máximo de admiradores do seu trabalho.


  
Jussara & Ondas Platinadas / Sophulafis / Dilani – Mais Pranchas Reencarnadas

Para mim foi mais que um prazer e uma honra entrevistá-lo. Íthaka tem a simpatia brasileira, é acolhedor e muito educado, sua sensibilidade está presente em tudo o que faz, vamos conhecer um pouco mais desse artista super talentoso?



Você é músico, artista plástico, escritor, fotógrafo e surfista.  Que dom, dentre esses, se revelou primeiro em você?

Meu pai era um fotógrafo por hobby muito ambicioso. Sempre tínhamos câmeras pela casa e eu era muito curioso sobre elas, pelo que eu me lembro. Tirei minhas primeiras fotos com cinco anos de idade, numa viagem de barco para observar as baleias, na Califórnia. Eu publiquei minha primeira foto quando tinha 17 anos, era um anúncio de produtos de skate independente para a revista Trasher.



Existe alguma ordem de preferência? Ou você gosta de fazer tudo na mesma intensidade?

Amo todas essas expressões quase que igualmente – mas eu provavelmente morreria se não pudesse mais surfar, ainda que eu seja somente um free surfer amador, isso é precioso para mim.

Minha atividade varia, as vezes, dependendo de onde estou geograficamente,  muitas vezes estou em lugares diferentes, por isso não posso fazer certas coisas em qualquer lugar.

As esculturas são físico. Escrever é mental. A música é sentimento. E fotografar é algo que eu faço todos os dias – não importa que mais eu esteja fazendo, eu registro quase tudo.

Tudo que eu preciso para escrever e compor é papel e caneta. Para fazer as esculturas eu preciso de ferramentas, material e muito espaço (difícil de fazer se estiver viajando). Para gravar músicas, eu preciso de computadores, alguns equipamentos, etc.


De onde surgiu a inspiração, primeiro para o nome desse projeto “The Reincarnation of a Surfboard” (Pranchas reencarnadas) e depois, para o projeto em si?

Eu quebrei uma das minhas pranchas favoritas, num dia de ondas grandes em Newport Beach. No começo, eu só pintei essa prancha quebrada, depois comecei a mudar sua forma. Antes disso, eu nunca havia feito nada em 3D. As esculturas eram definitivamente um território novo para mim, mas estou fazendo-as desde então.

A razão pela qual eu chamei esse projeto “Pranchas Reencarnadas” foi porque, dentre outros objetos inanimados, a prancha tem uma vida muito privilegiada, porém curta. Ela viaja, surfa, se diverte no sol, mas não dura muito. Elas quebram ou apenas morrem. É meio triste de certa forma. Quando eu as transformo em arte contemporânea, é como se eu desse à prancha vida nova – uma reencarnação. Todas as vezes que vejo as esculturas que fiz das minhas pranchas, me lembro de ondas especiais. Eu surfei nelas, todas elas, como pranchas, elas trouxeram um pouco de alegria aos seus donos e eu espero que elas continuem a serem curtidas por aqueles que irão vê-las em forma de esculturas.


  
Winter / Ondas Retangulares / Guitar Fish – Pranchas Reencarnadas

Existe sempre o registro de uma mensagem em cada trabalho seu?

A maioria está relacionada à algum tipo de história ou idéia, mas nem todas. Elas simplesmente “existem”.


Você conhece praticamente o mundo, de todos os lugares que você já surfou e visitou, existe algum que, de alguma forma especial, vai ficar para sempre marcado como o seu lugar preferido?

Fernando de Noronha, Madeira (Portugal), Nova Zelândia, Peru, e Kenya.


  
Íthaka em Marrocos /Nesta segunda onda, um registro feito por Barbosa

De todos os surfartists, cantores, escultores, escritores e músicos que você já conheceu, algum deles já te serviu como inspiração e quais foram eles?

Eu tenho muito respeito por muitas pessoas em todos esses meios de comunicação e, obviamente, como todos nós, estou impactado por tudo que tenho visto ou ouvido desde que nasci – mas, minhas influências especificamente nessas áreas em que estou participando não são de outros indivíduos que criam a mesma coisa. Minhas viagens, meus amigos e as ondas inspiraram a maioria das minhas músicas, da minha arte e dos meus escritos.

Quando eu era criança, li muitos escritores da Geração Beat, como Jack Keroauc, Ken Kasey, etc. Acho que meu amor por Hip Hop, de uma maneira abstrata, vem desses escritores e da maneira que eles escolheram “falar” em uma narrativa na primeira pessoa. Hip Hop também é escrito na primeira pessoa e parece funcionar relativamente bem com minhas histórias e meu tipo de voz.



Suas músicas são inspiradoras a um bom dia de surf


Pranchas Reencarnadas
Roula /Mais Pranchas Reencarnadas / Marisha
Hang Losse  / Amanari / Flower Princess

O que siginifica o Mar para você? Qual é a sua ligação com ele?

É quase tudo para mim. Sou um grande fã do surf profissional e, em geral, sinto que é algo muito positivo, mas surfar é algo bem maior que isso para mim. É realmente um tipo de religião para muitos de nós. É um estilo de vida que existiria sem campeonatos, ou surfwears, ou revistas. Existem poucas maneiras de se interagir com a Natureza que cheguem perto de pegar um bom tubo, é quase como que ficar dentro da alma da Terra. Se você surfa no frio, na chuva e sozinho é quando você sabe que você realmente ama o Mar. E eu definitivamente amo.


  
Íthaka surfando na praia do Leblon e foto de capa (Arquivo Pessoal)

Artigo por Priscila Boabeyd




    
Íthaka

My Dad was a very ambitious hobby photographer. There were always cameras around the house and I was very curious about them as long as I can remember.

I took my first pictures when I was about five years old on a whale-watching boat trip in California. I published my first picture when I was about seventeen, it was an ad for Independent skateboard products in Thrasher Magazine. I love all of these expressions almost equally – but I would probably die if I couldn’t continue to surf.

Even though I’m just an amateur free surfer, it’s THAT precious to me.

My activity sometimes varies depending on where I am geographically.

I’m often in different places so I can’t do certain things everywhere.

The sculptures are physical. The writing is mental. The music is just feeling. And photography is something I do everyday – no matter what else I am doing, I document almost everything. All I need to write or compose is paper and pen. To make sculptures I need tools, material and a lot of space (hard to do if I’m traveling).To program or record songs, I need good computers, some equipment etc.

It all started in about 1989, I was living in Hollywood at the time, photographing and doing some painting.

I broke one of my favorite boards one morning on a good-sized day in Newport Beach. At first I just painted on the broken board, then later starting changing the form. Before this time I’d never really done anything 3-dimensional before. Sculptures were definitely new territory for me, but I’ve been doing them ever since. The reason I call this project The Reincarnation Of A Surfboard (Pranchas Reencarnadas) is because, among other inanimate objects, a surfboard has a very privileged but short lifespan. It travels, surfs, has fun in the sun….but it doesn’t last long. They break …or just die. It’s kind of sad in a way. When I recreate them into contemporary art, it’s like giving the board a new life – a reincarnation.Whenever I see the sculptures I have made from my own boards, I can remember special waves I’ve ridden on them. All of these pieces, as surfboards, have brought a little bit of happiness to their owners. And I hope they will continue to be enjoyable to those who will see them in their new sculpture forms.

About the inspirations to the art on boards: Most are related to some kind of story or idea, but not all of them. Some just simply, ‘exist’.

And about the places you Will never forget: Fernando de Noronha, Madeira (Portugal), Nova Zealand, Peru, e Kenya.

I have a lot of respect for a lot of people in all of these communications and obviously, like all of us, I am impacted by everything I have seen or heard since I was born - but my specific influences for the areas I am active in are not usually from other individuals in the same types of creation. My travels, friends and waves have pretty much inspired most of my music, art and writings. When I was a kid I used to read a lot of Beat Generation writers; Jack Keroauc, Ken Kasey etc…

I think my love for hip hop in an abstract way comes from these writers and the way they chose to ‘speak’ in a first-person narrative.  Hip hop is also usually written in the first-person, and seems to work relatively well with my stories and and type of voice.

About your conection with the Sea: It’s almost everything to me. I’m a huge fan of professional surfing and in general feel it’s a very positive thing, but surfing is much bigger than that for me. It’s really a kind of religion for a lot of us. It’s a way of life that would exist without contests, or surfwear or magazines. There are few ways to interact with nature closer than getting a good tube, it’s almost like being inside of the earth’s soul itself.If you surf in the cold, in the rain and alone – that’s when you know you really love the sea. And I definitely do.


Íthaka  Por João Valente

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